Sumário


1 Objetivo

Este trabalho tem como objetivo estudar os procedimentos de comparações múltiplas, com foco no Teste SNK. Para isso, buscamos:

2 Apresentação do relatório

O presente relatório tem como finalidade apresentar um estudo detalhado sobre o teste de comparações múltiplas conhecido como SNK (Student-Newman-Keuls). A pesquisa contempla aspectos históricos, fundamentos teóricos, aplicação prática em dados simulados no R (voltados à Engenharia Civil) e, por fim, o detalhamento dos cálculos manuais que embasam o teste.

3 Origem e desenvolvimento do Teste SNK

O Teste SNK é uma evolução do teste t de Student, criado por William Sealy Gosset, que publicava sob o pseudônimo “Student”. Em 1939, Milton Newman introduziu um procedimento passo-a-passo para comparar médias de forma ordenada. Posteriormente, em 1952, Maurice Keuls refinou esse método, levando à formulação do teste que hoje conhecemos como Student-Newman-Keuls (SNK).

Esse teste foi desenvolvido com o objetivo de detectar diferenças significativas entre médias de tratamentos sem aumentar consideravelmente a probabilidade de erro do tipo I, como ocorre com múltiplas aplicações do teste t. Assim, o SNK equilibra sensibilidade e controle de erro.

4 Quando utilizar o Teste SNK

O Teste SNK é indicado para ser utilizado após uma ANOVA significativa, ou seja, quando o teste F indica que ao menos uma média difere das demais. Ele é apropriado para:

5 Exemplo no R

## Warning: pacote 'agricolae' foi compilado no R versão 4.4.3
##             Df Sum Sq Mean Sq F value   Pr(>F)    
## tratamento   3 125.82   41.94   23.29 4.43e-06 ***
## Residuals   16  28.81    1.80                     
## ---
## Signif. codes:  0 '***' 0.001 '**' 0.01 '*' 0.05 '.' 0.1 ' ' 1
## $statistics
##    MSerror Df    Mean       CV
##   1.800765 16 31.4218 4.270683
## 
## $parameters
##   test     name.t ntr alpha
##    SNK tratamento   4  0.05
## 
## $snk
##      Table CriticalRange
## 2 2.997999      1.799181
## 3 3.649139      2.189948
## 4 4.046093      2.428171
## 
## $means
##          resistencia       std r        se      Min      Max      Q25      Q50
## Aditivo1    28.29036 1.2165328 5 0.6001274 27.15929 30.33806 27.65473 28.10576
## Aditivo2    31.94682 1.3961875 5 0.6001274 30.48193 34.05808 31.17578 31.46521
## Aditivo3    30.30790 0.6394632 5 0.6001274 29.44416 31.22408 30.11068 30.35981
## Aditivo4    35.14214 1.8343537 5 0.6001274 32.44340 37.32299 34.38537 35.64721
##               Q75
## Aditivo1 28.19393
## Aditivo2 32.55310
## Aditivo3 30.40077
## Aditivo4 35.91176
## 
## $comparison
## NULL
## 
## $groups
##          resistencia groups
## Aditivo4    35.14214      a
## Aditivo2    31.94682      b
## Aditivo3    30.30790      b
## Aditivo1    28.29036      c
## 
## attr(,"class")
## [1] "group"

Esse código aplica o teste SNK no R utilizando o pacote “agricolae”, agrupando os tratamentos por letras conforme suas diferenças estatísticas.

6 Cálculos Manuais do Teste SNK

Vamos supor as seguintes médias ordenadas:

Tratamento

Média (MPa)

A - 28.0

B - 30.0

C - 32.0

D - 35.0

Suponha que temos 5 repetições por tratamento e o QMResíduo (Erro médio quadrático) obtido pela ANOVA foi 1.44.

Fórmula do erro padrão:

## SE = √(QMresíduo / n)

Substituindo os valores:

## SE = √(1.44 / 5) = √0.288 = 0.5366

Código em R:

## [1] 0.5366563

Agora, calculamos os valores críticos q de Tukey para diferentes distâncias (usando k = 4 tratamentos, gl = 16, alfa = 0.05):

## [1] 2.997999 3.649139 4.046093

Cálculo do DMS para cada distância (r):

##      r=2      r=3      r=4 
## 1.608895 1.958333 2.171361

Verificação das diferenças entre médias:

Diferenças:

Comparamos cada diferença com seu respectivo DMS. Se for maior, é significativa.

##   Comparação Diferença   DMS     Resultado
## 1  D-A (r=4)         7 2.171 Significativa
## 2  D-B (r=3)         5 1.958 Significativa
## 3  D-C (r=2)         3 1.609 Significativa
## 4  C-A (r=3)         4 1.958 Significativa
## 5  B-A (r=2)         2 1.609 Significativa

7 Conclusão

O Teste SNK é uma alternativa interessante para comparações múltiplas após a ANOVA, oferecendo um bom balanço entre controle do erro do tipo I e poder de detecção de diferenças reais. É especialmente útil em experimentos com tratamentos ordenados, como nesse exemplo com diferentes aditivos de concreto.